Calda sulfocálcica e Calda Bordalesa

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Eng.° Agr.° Heloísa Sabino Prates-
E-mail: cdsv@cati.sp.gov.br

A calda Bordalesa é um tradicional fungicida agrícola, resultado da mistura simples de sulfato de cobre, cal virgem e água. Apresenta eficiência comprovada sobre diversas doenças fúngicas e também ação contra bactérias e repelência para diversas pragas. Oferece elevada resistência à inoculação e às chuvas. Ela não deve ser misturada a outros defensivos agrícolas, devido a sua elevada alcalinidade. A metodologia da aplicação e o preparo da calda são importantes para o êxito do tratamento, assim como a concentração e a qualidade dos ingredientes. A aplicação da calda bordalesa deve ser feita com pulverização em alta pressão, acima de 150 libras, pois permite a formação de uma finíssima camada de proteção sobre os tecidos vegetais, impedindo a instalação e o desenvolvimento da doença. Quando preparada, essa calda tem validade de três dias.

A calda Sulfocálcica é também um tradicional defensivo agrícola, resultado do preparo a quente da mistura de enxofre, cal virgem e água. Apresenta ampla ação fungicida, inseticida e acaricida. É também considerada um fertilizante foliar conferido pelos polissulfetos de cálcio, fornecendo nutrientes às plantas, tais como cálcio e enxofre. Essa calda deve ser aplicada em períodos frescos do dia e com temperatura inferior a 28°C. Ela é altamente alcalina e corrosiva, danificando recipientes de metal, roupas e a pele. Para o seu manuseio e aplicação, deve-se utilizar o Equipamento de Proteção Individual (EPI).

Nas diluições recomendadas é inócua aos mamíferos, sendo, portanto, de aplicação bastante segura. Apresenta seletividade média a insetos predadores (inimigos naturais de pragas), estando de acordo com os conceitos do MIP.

A calda Viçosa é uma mistura de calda Bordalesa com micronutrientes. A uréia tem sido incluída na mistura para melhorar a absorção dos micronutrientes, enquanto o cloreto de potássio serve para evitar a inibição do zinco e do boro pelo cobre. Apresenta ação fungicida e fisiológica. Para ter boa eficiência, deve apresentar uma reação levemente alcalina: o pH ideal da solução deve estar entre 7,5 e 7,8.

A aplicação deve ser feita a cada 30-45 dias. A calda deverá ser preparada no mesmo dia da aplicação, utilizando-se alta pressão ( acima de 150 libras) na pulverização.
Recomenda-se, no manuseio e aplicação dessa calda, o uso de Equipamento de Proteção Individual ( EPI).

Quais doenças e pragas são controladas pelas caldas Bordalesa, Sulfocálcica e Viçosa?

A calda Bordalesa é recomendada para o controle das doenças fúngicas, verrugose, melanose e rubelose nas dosagens de 300 a 600 gramas de sulfato de cobre + 150 a 300 gramas de cal virgem para cada 100 litros de água. A variação da dosagem dos ingredientes ativos depende do estágio de desenvolvimento da planta. Para plantas jovens ou em florescimento, utilizam-se dosagens menores e para plantas adultas, em estágio vegetativo, dosagens maiores. Nunca pulverizar esta calda com o sol quente, nem em temperatura muita baixa, pois perde a sua eficácia.

A calda Sulfocálcica é recomendada para o controle da rubelose, fungos de revestimento, ácaros, cochonilhas e bicho-furão, na citricultura. No tratamento de inverno, é indicada para a aplicação no tronco e nos ramos na densidade de 4° a 5° Beumê ( Be), que correspondem à concentração de um litro da calda concentrada ( 30° Be) em 8 a 12 litros de água. Ultimamente vem sendo utilizada com êxito para o tratamento fitossanitário no período vegetativo, pois, tendo custo baixo e eficiência, torna-se econômico o seu emprego. A densidade recomendada para o período vegetativo é de 0,5 ° a 0,8° Be, que correspondem às concentrações de 1:30 a 1:120, ou seja, 1 litro da calda concentrada para 30 a 120 litros de água. Para citros, é indicada a concentração de 1:30 a 1:50.

Para o ácaro-da-leprose o controle com essa calda, proporciona uma eficiência por 90 a 140 dias, em média. Outras pragas, como os ácaros da ferrugem, branco e mexicano, as cochonilhas dos ramos e troncos (parlatória, farinha) e de folhas( pardinha, vírgula, ortézia), a lagarta- minadora de folhas, o bicho-furão, e doenças, como a rubelose, a antracnose e a gomose, também são controladas pelo efeito trofobiótico dessa calda ( FRANCIS CHABOUSSOU).

A calda Sulfocálcica provoca uma pequena e suportável queda de folhas velhas, que simplesmente entram em senescência, caindo logo após transferirem seus componentes principais para as folhas próximas, não constituindo perda de reservas da planta. Pode ser fitotóxica em doses acima de 3% para brotações com menos de 15 dias e realizadas sob sol (temperatura acima de 28°C e umidade relativa abaixo de 65%).

Durante a sua aplicação, deve-se utilizar o Equipamento de Proteção Individual. Após a aplicação, tanto o Equipamento de Proteção como o de pulverização devem ser lavados com uma solução de 10% de vinagre ou limão para cada litro de água.

Após o tratamento com calda Sulfocálcica, esperar 15 dias para aplicar a calda Bordalesa e o inverso esperar 30 dias. A calda Sulfocálcica não deve ser aplicada no momento da florada, e se utilizar uma concentração de 5%, pulverizar apenas os troncos.
Os inseticidas fosforados serão desativados pelo efeito do pH elevado das folhas. Não aplicar esses inseticidas misturados com óleo mineral e sais micronutrientes ou fertilizantes foliares.

A calda Sulfocálcica pode ser armazenada por 6 a 12 meses fora do contato com ar e a luz.

A calda Viçosa é recomendada para o controle das doenças fúngicas como gomose, verrugose, melanose, rubelose e queda prematura de frutos novos (podridão floral).
Para cada 2.000 litros de água devem-se acrescentar 8 kg de sulfato de cobre + 6 kg de cal virgem + 5 kg de sulfato de zinco + 4 kg de sulfato de manganês + 1 kg de ácido bórico.

Texto extraído da internet.

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